Hospedaria de Jesus
Artigo publicado na revista eletrônica "O Consolador" -Ano 9 - N° 422 - 12 de Julho de 2015 - Crônicas e Artigos
Paulo Oliveira - psdo@outlook.com |
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“Zaqueu dá-te pressa em descer, porquanto
preciso que me hospedes hoje em tua casa.” (Lucas 19:5)
Zaqueu é uma daquelas figuras que, embora aparecendo
em uma única citação no Novo Testamento, marca presença em nossa mente, instiga-nos
a uma reflexão mais profunda quanto à razão, e ao simbolismo de sua inclusão
nos textos do Evangelho.
Ao buscarmos maiores referências sobre sua
pessoa temos, o relato feito no Evangelho de Lucas (19-1:10), no qual Zaqueu, responsável
pela coleta de impostos na cidade de Jericó, era o chefe dos publicanos
(cobradores de impostos) e muito rico. Era também rejeitado pelas pessoas “de
bem”, por causa de sua profissão e modo de vida.
Sendo Jericó uma cidade importante na qual era
produzido e exportado o bálsamo,
substância extraída de árvores da região, muito cobiçado por ter múltiplas
utilidades, servindo desde um excelente unguento para curar feridas até para perfumar
pessoas e locais. Pequenas amostras dessa substância eram consideradas como verdadeiros
tesouros, gerando muitos impostos.[1] Percebe-se,
portanto, a causa da fortuna de Zaqueu, sendo que alguns afirmavam ter ele desviado
dinheiro público para aplicação em sua riqueza pessoal.
Outra informação histórica sobre Zaqueu é a
deixada por Clemente de Alexandria[2], em seu livro Stromata, onde afirma ter sido Zaqueu apelidado de "Matias", pelos apóstolos, e tomado o lugar de Judas Iscariotes após a ascensão de Jesus.
Pois bem, esse era o homem que buscava Jesus
ansiosamente, naquela tarde que ficaria marcada para sempre em sua memória.
Como nos relata o evangelista Lucas, Zaqueu que
era um homem de baixa estatura física, não conseguiria ver Jesus em decorrência
da grande quantidade de pessoas que seguia o Mestre. Assim, para que pudesse
ser visto, ele subiu em um Sicômoro[3] e
ficou esperando pela passagem de Jesus.
Ao aproximar-se da árvore em que estava o velho
publicano, Jesus olhou-lhe diretamente nos olhos e disse: “Zaqueu dá-te pressa em descer, porquanto preciso que me hospedes hoje
em tua casa.” Atônito e jubiloso, Zaqueu apressou-se, desceu da árvore em que
se alojara e conduziu Jesus à sua casa, onde o recebeu com alegria.
Todos sabemos, pelo relato do evangelista, que
tocado pela consciência de si mesmo e inspirado pela presença do Enviado de
Deus, Zaqueu arrependeu-se e transformou-se por completo, dizendo que daria
metade de seus bens aos pobres e repararia todas as suas ações indébitas que
praticara, ao que Jesus, com muita alegria e júbilo, disse:
Hoje, veio a salvação a esta casa, pois também
este é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se
havia perdido.”[4]
Imaginemos que havia ali centenas de homens e
mulheres, que lutavam uns contra os outros por um lugar especial perto de
Jesus. Cada um sentindo-se com mais direito de ficar perto d´Ele e de obter-Lhe
as bênçãos desejadas. No entanto, de repente, o Mestre olha para quem não
esperava nada, para quem se sentia indigno, insignificante, perdido entre os
galhos de uma figueira e o chama pelo nome: "Zaqueu!".
Esta é a maneira
pela qual Jesus age. Para Ele não há multidões, apenas pessoas, independentemente
de cor, classe social, designação religiosa etc. Ele chora com sua dor e se
alegra com sua alegria, da mesma maneira como faz com todos os filhos de Deus
que habitam este planeta, física ou espiritualmente.
Ele sabe seu nome,
onde você mora, conhece suas ansiedades, sabe que você pode estar tentando se
aproximar d´Ele, no entanto, considera-se pouco merecedor para receber Seu
olhar e Seu carinho, de irmão mais velho. Saiba, porém, que Ele espera, a
exemplo de Zaqueu, que sejamos decididos e determinados, pois mesmo diante de uma
“multidão de dificuldades” e possuindo, ainda, “baixa estatura moral”, que
caracteriza a grande maioria dos Espíritos ligados a este planeta, Ele nos
chama pelo nosso nome, e nos faz o convite permanente: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos
aliviarei.”[5]
Ao escutar as
palavras de Jesus, dizendo que queria ser hospedado em sua casa, Zaqueu não
titubeou. Desceu rapidamente da árvore e conduziu Jesus para dentro de sua
habitação. Simbolicamente, podemos utilizar esta parte da história de Zaqueu
como uma metáfora para nossa reflexão.
Jesus viu a fé no coração de Zaqueu. Muitos não gostaram
do que viram, pois, para os que o conheciam, era um ladrão. Mas, para o Mestre,
que conhece a todos nós por dentro, ele era apenas um homem arrependido,
decidido a mudar. E, por essa razão, conseguiu o tão desejado encontro.
Vamos imaginar que
Jesus aparecesse hoje, exatamente agora, e nos dissesse: “Quero me hospedar em
sua casa.”, o que faríamos?
Certamente, diante
de fato tão impactante, talvez, ficássemos sem ação. A questão, no entanto, é
que Jesus nos pede isso a cada minuto. Ele está pedindo para que o hospedemos
em nossos corações, transformando-nos, cada um de nós, em sua “hospedaria”. O
Mestre quer habitar em cada um de nós, através de seus ensinamentos que Ele nos
solicita a prática diária.
Estamos realmente
querendo hospedar Jesus? Queremos ser os novos "Zaqueus" da atualidade? Será que
realmente estamos preparados para abrir mão da “metade” de nossas preocupações
com a posse material, para dar espaço para a vivência com Jesus?
É no buscar a
própria transformação, pela vivência diária do Evangelho que nos aproximamos do
Mestre, que, certamente, nos dirá: “Desce da árvore das ilusões, e busca o
Reino de Deus que está em teu coração, e lá Eu habitarei”.
Para encerrar estas
reflexões, gostaríamos de lembrar um dos contos trazidos do mundo espiritual,
por Irmão X (Humberto de Campos), através da mediunidade bendita de Chico
Xavier, em que relata a situação de um homem que buscava a condição de
discípulo, e que em diversos encontros com Jesus, sempre recebia uma frase de
estímulo e elevação, provenientes do coração amoroso do Mestre, que, em
seguida, partia deixando-o com os próprios pensamentos e deliberações. Porém, ao final desse maravilhoso conto,
quando Jesus retorna encontrando o discípulo totalmente renovado, demonstrando
alegria, paz, paciência, amor, perdão, e tantos outros sentimentos puros
adornados pela mais simples e genuína humildade, diz-nos Humberto de Campos,
que “o Senhor, encontrando-o em semelhante estado, estreitou-o nos braço, de
coração a coração, proclamando:
- Bem-aventurado o servo fiel que busca
a divina vontade de nosso Pai! E, desde então, passou a habitar com o discípulo
para sempre.”[6]
[1]Maria pegou uma
libra de bálsamo de nardo puro, um óleo perfumado muito caro, ungiu os pés de
Jesus e os enxugou com seus cabelos. E a casa encheu-se com a fragrância
daquele bálsamo. Mas um de seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de
Simão, que mais tarde iria traí-lo, objetou: “Por que este bálsamo
perfumado não foi vendido por trezentos denários e dado aos pobres?”(João 12, 3-5)
[2] Clemente de
Alexandria ou Tito Flávio Clemente (Atenas (?), 150 - Palestina, 215 d.C) foi
um escritor, teólogo, apologista e mitógrafo cristão.
[3] Figueira Brava
[4] Lucas 19:9-10
[5] Mateus 11:28
[6] X, Irmão – Luz Acima – cap. 3 – Pequena história do
discípulo[ psicografia de Francisco Cândido Xavier ]– Ed. FEB – 11ª. edição.
A Palavra de Jesus - Pedro de Camargo (Vinícius)
Como é bela, Jesus, a tua palavra! Como é encantadora e persuasiva, deliciosa e convincente!
Tua palavra, Senhor, consolida a razão e sensibiliza o coração: fala à mente e fala ao sentimento. Ela diz tudo, e tudo esclarece. Não há mistério que não revele, nem problema que não solucione. Não há refolhos, nem escaninhos ocultos nos meandros da alma, que ela não penetre. Não há labirintos e dédalos misteriosos da consciência humana que ela não percorra deixando após uma esteira luminosa!
Tua palavra, Senhor, é a maior das maravilhas; tem encantos e magia que se não descrevem na linguagem dos homens. E' bálsamo que mitiga as dores, é luz que aclara o entendimento, é força que reanima, é vida que rejuvenesce. E' também poesia que encanta, música que arrebata, verdade que empolga, fé que redime!
Tua palavra, Jesus, modifica, corrige, transforma e converte. Atrai como o imã, aquece como o Sol, refrigera como o orvalho, inebria como os perfumes, purifica como o fogo, diviniza como o amor.
À mágica influência de tua palavra, ó Cristo, converte-se a fraqueza de Simão, na coragem heroica de Pedro; a sordidez do publicano, na generosidade de Zaqueu; a volúpia de Madalena, no sublime e incomparável idealismo da arrependida; o fanatismo feroz de Saulo, no liberalismo e abnegação de Paulo! Ao encantamento da tua palavra, Jesus, serenam-se as tempestades, os coxos e os paralíticos se locomovem, os cegos veem, os surdos ouvem, os leprosos ficam limpos, os mortos ressuscitam e aos pobres se faz justiça!
E como não ser assim, Senhor, uma vez que tua palavra é o mesmo ouvir neste mundo?
(Retirado do livro "Em torno do Mestre" - 2a. parte - Estilhas e Limalhas - Editora FEB)
Seguindo contigo!
Linda poesia psicografada por Divaldo P. Franco, pelo Espírito Rabindranath Tagore
https://www.youtube.com/watch?v=aej_g2tfiXI&feature=emb_title
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Para fazer seu pedido de vibrações, clique no link abaixo e preencha os dados no formulário PEDIDO DE VIBRAÇÕES:
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A DOR BENDITA QUE ME TORTURA (JOSÉ PETITINGA)
Conforme prometido ontem, segue abaixo a poesia de José Petitinga, lida ontem na homenagem que fizemos a esse batalhador da Doutrina Espírita e do Evangelho. Agradecemos o seu empenho e dedicação!!!
Parábola do Semeador, a viagem do Espírito.
“Indubitavelmente, não basta apreciar os sentimentos sublimes que o Cristianismo inspira. É indispensável revestirmo-nos deles. Não bastam raciocínios, mas profundidade”. (*)
A parábola do Semeador convida o homem a
ser incondicionalmente bom e semear Verdade e Bem sem nenhuma segunda intenção
de obter resultados objetivos. Basta-lhe a consciência do dever cumprido. Por
esta razão, a maioria dos cristãos tem grandes dificuldades em colocar em
prática os benditos ensinamentos de Jesus, porque se acostumaram a observar
apenas as palavras, e algumas vezes literalmente, o que lhes dificulta uma
compreensão mais profunda do verdadeiro significado que está embutido em cada
uma delas.
Essa não apreensão estende-se há séculos
por interesses outros que não o de levar, a quem têm essa tarefa, as verdades
como Jesus as trouxe. Deturpações de todos os tipos acabaram por calcar em
almas puras as interpretações esdrúxulas que lemos e ouvimos até hoje. Revestida
de tantos mistérios, de dogmas, de retórica que, embora a Palavra permaneça,
fica enclausurada na forma, sem que se possa ver o fundo, a essência. Não
dissipam as trevas e nem abrandam os corações; não anunciam a Palavra, mas
fazem dela um instrumento para receberem ouro ou glória. Somente com uma
análise mais rigorosa e verdadeiramente interessada essas distorções podem ser
esclarecidas e o verdadeiro ensinamento do Mestre vir à tona.
Nosso olhar, hoje, sobre a Parábola do
Semeador passa pela evolução do homem como ser ainda adormecido sobre as coisas
espirituais até seu despertar como Ser Total, como consciência cósmica. Da
beira do caminho à terra fértil, esses elementos ilustrativos representam a
forma como a palavra divina chega ao entendimento do homem. Fases do desenvolvimento
espiritual pelo qual passa, caminhos a serem percorridos ou processos a serem
sofridos até atingir a perfeição possível em cada uma dessas etapas.
É importante deixar claro que Jesus sabia
dos resultados frustrantes que teria ao tentar semear em terrenos pouco
apropriados para o plantio e sem nenhuma preparação para tal tarefa. É sabido,
também, que nenhum lavrador deita sua semente em solo não preparado. É perda de
tempo, de dinheiro e de sementes. Então, fica a pergunta: por que Jesus insistiu
em fazer isso? O que pretendeu Ele? Trazendo sementes benditas a serem
semeadas, sabia que era fundamental plantar a Verdade e o Bem,
independentemente dos resultados.
Afirma Huberto Rohden, no livro Sabedoria das Parábolas, Primeira Parte, in Parábola do Semeador, que não nos
cabe condenar a terra onde foram lançadas porque o ensino não trata do terreno
material, e sim do terreno da alma humana, o campo do Espírito, esse, sim,
imprevisível, onde o egoísmo ainda prevalece. Sob esse aspecto, a liberdade da
criatura coloca limites à jurisdição divina. As leis divinas, não podemos
ignorar, respeitam a liberdade do homem, sejam eles bons ou maus, mas o destino
final poderá ser diametralmente oposto a essa liberdade de escolha. Um exemplo
claro dessa destinação está na parábola do joio e do trigo, na qual o joio
cresce livre para no final ser extinto. A semeadura é livre, mas a colheita é
compulsória. É a lei e assim deve ser cumprida.
No livro Parábolas e Ensinos de Jesus, Cairbar Schutel refere-se à parábola
do Semeador como a parábola das parábolas, porque sintetiza os caracteres
dominantes em todas as almas e, ao mesmo tempo, ensina a distingui-las pela boa
ou má vontade de quem as recebe. Dessa forma, temos as almas “beiras de
caminho”, ou seja, onde passam todas as ideias grandiosas, como pessoas nas
estradas, sem gravarem nenhuma delas. São as pedras impenetráveis às novas
ideias, são os espinhos que sufocam as verdades, como as plantas que não
permitem o crescimento do que quer que seja ao seu redor. São homens e terras
improdutivas. Mas, também temos ao lado dessas almas, aquelas de boa vontade
que recebem as palavras de Deus e as colocam em prática. Terra fértil que
acolhe a semente bendita da qual resulta boa produção.
No momento evolutivo que vivemos, temos
essas características em nós mesmos. Qualidades que já podem produzir bons
frutos, mas também dificuldades que não permitem a germinação da boa semente.
Como todo esse processo é longo, exige de cada um de nós o exercício da
paciência, da perseverança e da coragem para lutar contra as próprias
dificuldades, em acertos e erros contínuos, até que aprendamos a escolher
somente o bem.
Entendemos que a semente é a palavra de
Deus e seu aproveitamento não é uniforme entre os homens porque uns são mais
atentos às coisas do Céu e outros mais apegados às coisas da Terra, ao
transitório, ao fugaz. Portanto, a terra que recebe a semente representa o lado
intelectual e moral de cada um: seja beira de caminho, pedregal, espinhal ou
boa terra. Por exemplo, o amor que se transforma em outro sentimento ou perde
seu encanto e poesia, ou simplesmente desaparece, é por negligência exclusiva
do seu cultivador e não de Deus. Era pouco e, após a transformação, ficou sem
nada. Se fosse verdadeiro, teria sido multiplicado.
Assim, é de fundamental importância aprendermos a semear na própria gleba e depois ajudar o próximo. A necessidade de sair de si mesmo e ir ao encontro dos interesses gerais determina o quanto já apreendemos das lições transmitidas, mas para não falirmos mais uma vez, exige-se firmeza na nossa fé.
Leda Maria Flaborea
Escritora, palestrante e divulgadora espírita
Bibliografia
(*) XAVIER, Francisco Candido. Vinha de Luz – 14ª edição – FEB – Brasília/DF – lição 89 – 1996.
MATEUS,
13:3 e seguintes.
MATEUS,
25: 14-30.
MARCOS,
4: 23-24.
KARDEC,
Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo
– Cap. VIII; Cap. XVII, itens 5 e 6; Cap. 18, itens 13 a 15.
ENQUETE PARA HOMENAGEM
Segue o link para entrar na enquete para selecionar o(a) nosso(a) homenageado(a) do próximo domingo 17/01/2021.
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PRECE - - Rabindranath Tagore -
“Não me deixe rezar por proteção contra os perigos ,
Mas pelo destemor de enfrentá-los.
Não me deixe implorar pelo alívio da dor,
Mas pela coragem de vencê-la.
Não me deixe procurar aliados na batalha da vida ,
Mas a minha própria força.
Não me deixe suplicar com temor aflito para ser salvo ,
Mas esperar com paciência para merecer a liberdade .
Não me permita ser covarde ,
sentindo sua clemência apenas no meu êxito ,
Mas me deixe sentir a força da sua mão quando eu cair “
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Enfermos ou médiuns? por Dr. Alberto Almeida.
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Esperança!!!
Força pungente impulsiona
o homem, que para frente avança.
Ela se chama esperança,
Farol divino que emociona.
“ - Sigo adiante, vou na frente.
Busco o caminho amainar,
Mas o coração tem que ir junto
Para o objetivo alcançar.”
" - Esperança não tem começo,
Também não deve ter fim.
Pois o fim é só o começo
Dos que acreditam em mim.”
Sem ela não tem sentido.
Sofrer, nada significa!
Aquele que se sacrifica
com esperança, sai fortalecido!
Um amigo Espiritual
Médium: Paulo Oliveira
Santos, 31/05/2013
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Todo aquele que se eleva... - por Leda M. Flaborea
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Jesus e as crianças! |
De que maneira podemos entender esse convite de Jesus, se o progresso é uma lei natural e se o nosso destino é evoluir? Como poderemos conciliar o ensinamento evangélico com a realidade da lei do progresso, que podemos constatar em toda a criação de Deus?
Basta para isso observarmos a evolução que se processa em todos os reinos da Natureza. É suficiente que prestemos atenção à própria história da Humanidade e o quanto temos evoluído, desde o homem das cavernas que pouco diferia de um animal dito irracional, até o homem da civilização científica e tecnológica. Entretanto, se no campo intelectual o homem conquistou tão grande evolução, no campo moral não ocorreu o mesmo. Eis aqui a razão do sofrimento humano: somos todos vitimados pelo nosso próprio comportamento, distanciados que estamos das leis de Deus.
No Evangelho de Mateus, capítulo 18, versículo 1 a 5, no qual encontramos a passagem acima citada, Jesus nos alerta para a necessidade de despertamos em nós as virtudes da humildade e da simplicidade. Muitos justificam suas atitudes prepotentes e arrogantes, dizendo não se humilharem e nem se rebaixarem diante de ninguém porque só os que sabem se impor vencem no mundo. Pobres companheiros que, envoltos no véu do orgulho, ignoram que a humildade a qual Jesus se referia e para a qual nos chama à prática nada tem a ver com servilismo! Na excelência de Sua pedagogia, quando o Mestre nos ensina simplesmente que “todo aquele que se eleva será rebaixado”, reporta-se ao sentimento de orgulho, porque toda elevação pessoal que tem por base o orgulho é ilusória. Assim, todo aquele que utiliza o mal como alavanca de elevação será rebaixado, pois só o bem que cultivamos em nós é indestrutível e nos oferece base sólida para todas as realizações.
Humildade é sentimento contrário ao orgulho. É o sentimento que tem a possibilidade de fazer o homem entender sua real posição no mundo, posição essa de eterno aprendiz frente à Sabedoria de Deus, nosso Pai Criador. É o sentimento capaz de levar o homem a compreender que, mesmo conhecendo muito, não deve humilhar quem pouco sabe; de perceber que, mesmo conhecedor de muitas coisas, outros existem que sabem mais, a criatura humilde tem a capacidade de ensinar sem demonstrar sabedoria e de auxiliar sem que o outro se sinta humilhado.
A vida em sociedade estimula a competição, mas longe de ser uma competição saudável, tem levado as criaturas a perderem o bom senso, a razão, e a se comportarem como se vivessem não entre companheiros, mas entre adversários. Nas situações comuns da vida, julgam ter “vencido”, na maioria das vezes, os que fazem uso da esperteza – no sentido pejorativo do termo –, esquecidos de que todas as posições são transitórias e que, mais cedo ou mais tarde, acabarão rebaixados de suas posições por não possuírem a base sólida do amor. São como construções nas areias da ilusão material que o tempo desfaz, mas que ficarão gravadas na sua consciência de Espírito imortal, reclamando por reajuste. Enquanto o orgulho for uma alavanca para nos elevar, seremos rebaixados por deixa-lo nos conduzir a uma suposta elevação sobre o nosso próximo. A nossa vitória só será real quando conquistarmos a elevação sobre nós mesmos, na consciência daquele que diz: hoje, eu cresci em conhecimento; hoje, eu fui melhor do que fui ontem; hoje, eu sou mais paciente, tenho mais coragem moral, sou mais prudente, sou mais calmo; hoje, eu cresci nos meus valores afetivos, nas minhas qualidades positivas...
A elevação que tem por base o amor – quando lutamos para vencer as próprias limitações, superando o egoísmo, a ambição descabida, o desejo de superioridade irresponsável – é elevação legítima, da qual jamais seremos rebaixados, porque toda conquista espiritual é tesouro inalienável do céu. Todos os ensinamentos de Jesus têm por objetivo a nossa elevação espiritual, visando a nossa felicidade, a nossa liberdade e nos conduzindo a uma vida renovada.
Posto isto, podemos destacar três momentos da vida comum de Jesus, no convívio com Seus discípulos, que encontramos em O Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo VII, itens 3 a 6, quando Ele aproveita para nos ensinar a humildade. No primeiro momento, Seus discípulos Lhe perguntam: “Quem é o maior no reino dos céus?” E Jesus, chamando entre eles um menino, diz que se não se tornassem como aquele menino, não poderiam entrar no reino dos céus. A ponta a criança como símbolo da inocência e da pureza. O reino dos céus está dentro de nós. É um estado de espírito em que a criatura que vivem harmonia com as leis de Deus sente uma alegria íntima, uma felicidade que a nossa linguagem é incapaz de traduzir. Assim, liberta-se dos sentimentos inferiores, reflete a pureza de coração.
No segundo, a mãe de dois dos Seus apóstolos, Tiago e João, pede a Jesus que seus filhos se assentem um à sua direita, outro à Sua esquerda no Reino, ou seja, ela pediu a Jesus que desse poder a seus filhos. E Jesus responde: “Não sabeis o que pedis. Podei vós beber o cálice que hei de beber?” Jesus, por compaixão e amor à Humanidade, havia assumido entre nós uma missão de grande sacrifício que o levaria ao martírio da crucificação. E aquela mãe amorosa não sabia o que estava pedindo para seus filhos.
Desta passagem do Evangelho, podemos extrair ainda uma outra lição: quantas vezes almejamos situações de superioridade, julgando-as como um grande bem e nos aborrecemos por não conquistarmos aquilo que desejávamos? Mas, será que estávamos preparados para assumir uma posição superior? Quantas vezes, em prece, pedimos a Deus a realização de algo que queremos muito e, como não vemos nosso desejo se realizar, imaginamos que sequer fomos escutados quando, na verdade, o não atendimento a nossa solicitação é justamente o socorro da Providência Divina em nosso benefício, evitando consequências que não poderíamos suportar. Quando os discípulos pedem esclarecimentos ao Mestre Jesus acerca de suas dúvidas, Ele explica que aquele que vem para servir, que é humilde e simples de coração, que reconhece a Sabedoria do Pai Criador, que não se vangloria e nem aceita homenagens na Terra, mas trabalha no silêncio de sua consciência em benefício do próximo, que guarda a recompensa do céu e não a dos homens, este será grande no céu, porque se fez pequeno na Terra.
No terceiro momento, Jesus, na casa de um fariseu, observando como se comportavam os convidados, ensinou que quando fôssemos convidados para uma festa, não nos colocássemos em posição de destaque tomando acento entre os primeiros lugares, para que, ao chegar outro convidado mais considerado, o anfitrião não necessitasse nos pedir para ceder o nosso lugar a ele, tendo de nos assentarmos nos últimos lugares. Mas, ao contrário, se buscássemos os últimos lugares, para que fosse motivo de glória o anfitrião nos colocar em posição mais elevada.
Eis a valorização da humildade, pois só aquele que compreende a sua condição de Espírito imortal pode ser humilde, e só pode ser humilda aquele que compreende que a posição de superioridade é acréscimo de responsabilidade espiritual para produzir o Bem, para amparar, para servir. Emmanuel, estimado benfeitor espiritual, nos lembra no livro Fonte Viva, lição 104, trazido a nós pela bendita mediunidade de Francisco Cândido Xavier, a propósito desse tema, o seguinte: “Auxiliar a todos para que todos se beneficiem e se elevem, tanto quanto nós desejamos melhoria e prosperidade para nós mesmos, constitui para nós felicidade real e indiscutível. Ao leste e ao oeste, ao norte e ao sul da nossa individualidade, movimentam-se milhares de criaturas, em posição inferior a nossa. Estendamos os braços, alonguemos o coração e irradiemos entendimento, fraternidade e simpatia, ajudando-as sem condições. Quando o cristão pronuncia as sagradas palavras “Pai Nosso” está reconhecendo não somente a Paternidade de Deus, mas aceitando também por sua família a Humanidade inteira”.
“Bem-aventurados os pobres de Espírito, porque deles é o reino dos céus” quer dizer que os humildes já desfrutam da bem-aventurança, porque Jesus não diz “deles será o reino dos céus”, mas diz: “porque deles é o reino dos céus”. A partir do momento em que modificarmos nossa postura de orgulho diante da vida, já poderemos nos sentir, imediatamente, muito mais felizes, porque bem-aventurados. Por essa razão, Jesus ensinava incansavelmente o princípio da humildade como condição essencial à felicidade prometida.
Bibliografia:
KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo – 37ª edição – Editora LAKE – São Paulo/SP – 1989 - Capítulo VII.
FRANCO, Divaldo P. Jesus e o Evangelho à luz da Psicologia Profunda. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis – 19ª edição – LEAL Editora – Salvador/BA – p. 57 a 62.
XAVIER, F.C. e WALDO, Vieira. O Espírito da Verdade, Espíritos diversos – 10ª edição – Editora FEB – Rio de Janeiro/RJ – 1977 – lições 36 e 64.
XAVIER, F. C. – Fonte Viva. Ditado pelo Espírito Emmanuel – 16ª edição – Editora FEB – Rio de Janeiro/RJ – 1988 – lição 104.
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