MENSAGEM DE FINAL DE ANO E COMEÇO DE OUTRO!!!



Queria encerrar este ano com a mensagem de Mário Sérgio Cortella, filósofo e professor.

Vale a pena refletir!

"Tu vais andando com a tua xícara de café... E de repente alguém te empurra fazendo com que tu derrames café por todo o lado. Por que tu derramaste o café? Porque alguém me empurrou! 

Resposta errada!

Derramaste o café porque tu tinhas café na xícara.

Se tu tivesses chá... Tu terias derramado chá.

O que tu tiveres na xícara é o que vai se derramar.

Portanto... Quando a vida te sacode o que tiveres dentro de ti... Tu vais derramar.

Tu podes ir pela vida fingindo que a tua xícara é cheia de virtudes, mas quando a vida te empurrar, tu vais derramar o que na verdade existir no teu interior. 

Sempre sai a verdade à luz.

Então, terás que perguntar a ti mesmo: - O que há na minha xícara?

Quando a vida ficar difícil, o que eu vou derramar?

Alegria... Agradecimento... Paz... Bondade... Humildade?

Ou raiva... amargura... palavras ou reações duras?

Tu escolhes!

Agora... Trabalha em encher a tua xícara com gratidão... Perdão... Alegria... Palavras positivas e amáveis... Generosidade... E amor para os outros.

O que tiveres na tua xícara, tu serás o único responsável.


E olha que a vida sacode. 

Às vezes sacode forte.

Sacode mais vezes do que podemos imaginar..." 

Você é o responsável pelo que tem na tua xícara, o
que tem nela?

Feliz Ano Novo!!!

O TRABALHADOR DIVINO

 



Incansável, eternamente em nossas vidas,

busca Jesus em sua missão.

Orientar nossas almas iludidas,

Lançando luzes novas ao coração.

 

Seguimos  sempre desorientados,

No mundo buscando eterno gozo.

Na caminhada,  limpos e alimentados,

Não enxergamos, ao nosso lado,

[ o triste, o desditoso!

 

Passam  dias e passam  horas inclementes,

caminhando velozmente na mesma direção.

Levando consigo mágoas e dores, tristemente,

transformam-nas em flores de emoção.

 

Ah! pobre ser que nada sabe e pensa tudo saber

Embora vivo na carne e ativo,

não consegue atinar com o próprio dever.

Confia, segue e marcha para o futuro,

                    [em busca do amor que merecer!

 

Jesus o divino trabalhador atento está,

Como um sol, abrasa-nos o coração.

Em Sua poderosa mão a pá não irá descansar,

Até vibrar na última alma a libertação,

[até o amor na Terra se instalar!

 

Um amigo espiritual

 

Médium: Paulo Oliveira

Santos, 29/12/2013

VIBRAÇÕES-PAULO OLIVEIRA- 29/12/2020-21:15- LIVRO: CAMINHO, VERDADE E VI...


 Meus queridos,

Aproveitando que agora temos um blog, disponibilizo o texto que preparei, com base em diversas fontes como o Youtube, Wikipedia, sua autobiografia e artigo de o Reformador da FEB, para homenagear nossa irmã Yvonne Pereira, utilizado na nossa reunião de ontem 27/12/2020.

Para sua leitura, reflexão e comentários.

abraço


Yvonne do Amaral Pereira (Rio das Flores[ 24 de dezembro de 1900 — Rio de Janeiro9 de março de 1984)

Foi uma das mais respeitadas médiuns brasileiras, autora de romances psicografados bastante conhecidos entre os espíritas. Dedicou-se por muitos anos à desobsessão e ao receituário mediúnico homeopático.

Recém-nascida, com apenas 29 dias, teve um acesso de tosse que a sufocou, deixando-a em estado de catalepsia, em que se manteve por seis horas. O médico e o farmacêutico da localidade chegaram a atestar o óbito por sufocação. A família preparou o corpo da bebê para o velório, colocando-lhe um vestido branco e azul, adornando-a com uma grinalda, e encomendaram o pequeno caixão branco. Vendo que se aproximava a hora do enterro, sua mãe retirou-se para o interior da residência da família para orar. Devota de Maria de Nazaré disse que se fosse da Sua vontade que a filha partisse ela compreenderia, mas que se não fosse que ela pudesse retornar. Quando voltou ao aposento, estendeu suas mãos sobre a bebê que ainda estava no berço e ela acordou chorando.

Yvonne cresceu numa família espírita. Era comum a família abrigar pessoas necessitadas, vivências que, segundo Yvonne, marcariam sua vida para sempre.

Com quatro anos de idade, a menina já dizia ver e ouvir espíritos, os quais, segundo ela, considerava como pessoas normais. Dois dos amigos invisíveis apareciam com mais frequência:

·       Charles, quem ela considerava seu verdadeiro pai, devido a lembranças que teria de uma encarnação anterior, em que a "entidade" foi seu pai.

·       Roberto de Canalejas, que foi um médico espanhol de meados do século XIX que fora seu marido em reencarnação nessa época na Espanha.

As visões lhe perturbavam, e vinham junto com uma imensa saudade do que seria uma encarnação anterior, na Espanha, que, dizia, recordava com clareza. Considerava seus atuais familiares, principalmente o pai e os irmãos, como pessoas estranhas, assim como estranhava a casa e a cidade onde morava.

Aos oito anos de idade, a menina viveu novo episódio de catalepsia. Certa noite, durante o sono, percebeu-se diante de uma imagem do Senhor dos Passos pedindo socorro, pois sofria muito. A imagem, então, animando-se, dirigiu-lhe as palavras: "Vem comigo minha filha: será o único recurso que terás para suportar os sofrimentos que te esperam." A menina, aceitando a mão que lhe era estendida pela imagem, subiu os degraus do altar e não se lembrou de mais nada.

Nessa idade teve o primeiro contato com um livro espírita. Posteriormente, aos doze anos, ganhou de presente do pai O Evangelho segundo o Espiritismo e o Livro dos Espíritos. Aos treze anos de idade começou a frequentar sessões práticas de Espiritismo.

Yvonne teve como estudos apenas o antigo curso primário (atual primeiro segmento do ensino fundamental). Devido às dificuldades financeiras da família não conseguiu prosseguir nos estudos. Para auxiliar a família, e o próprio sustento, dedicou-se à costura e ao bordado, e ao artesanato de rendas e flores. Tendo cultivado desde a infância o estudo e a leitura, completou a sua formação como autodidata, pela leitura de livros e periódicos. Aos dezesseis anos já tinha lido obras clássicas de Goethe, Bernardo Guimarães, José de Alencar, Alexandre Herculano, Arthur Conan Doyle e outros.

A partir dessa idade, fase da adolescência, a mediunidade tornou-se um fenômeno comum para Yvonne, que dizia receber a maior parte dos informes de além-túmulo, crônica e contos em desdobramento, no momento do sono físico.

A sua faculdade apresentava-se diversificada, tendo se dedicado à psicografia e ao receituário homeopático, à psicofonia e ao passe e, até mesmo, em algumas ocasiões, aos chamados efeitos físicos de materialização, tendo o relato feito por ela mesma da materialização de Frederick F. Chopin, em seu quarto, por várias vezes. Dedicou-se à atividade de desobsessão. Atuou em casas espíritas nas cidades de Lavras (MG), Barra do Piraí (RJ), Juiz de Fora (MG), Pedro Leopoldo (MG) e Rio de Janeiro (RJ), onde residiu.

Um dos aspectos mais marcantes de sua atuação mediúnica foi a sua independência, que questionava com fundamento os entraves burocráticos que algumas casas espíritas impõem aos seus trabalhadores. Esperantista atuante, trabalhou na sua propaganda e difusão, através de correspondência que mantinha com outros esperantistas, tanto no Brasil, quanto no exterior.

Obra

A obra mediúnica de Yvonne Pereira monta a uma vintena de livros. Embora desde 1926 tenha escrito numerosas obras psicografadas, somente decidiu publicá-las na década de 1950, segundo ela mesma, após muita insistência dos "mentores espirituais". Dentre as mais conhecidas destacam-se:

·     Memórias de um suicida (Rio de Janeiro: FEB, 1955. 568p.) – ditada pelo Espírito Camilo Castelo Branco e, posteriormente revisada pelo Espírito Léon Denis. Constitui-se num libelo contra o suicídio, descrevendo em sua primeira parte, os sofrimentos experimentados pelos que atentaram contra a própria vida. Na segunda e na terceira partes focaliza os trabalhos de assistência e de preparação para uma nova encarnação. Esta obra é considerada um marco na bibliografia mediúnica brasileira e o melhor exame sobre o suicídio sob o ponto de vista doutrinário espírita.

·       Nas Telas do Infinito – apresenta duas novelas: uma do Espírito Dr. Bezerra de Menezes e outra de Camilo Castelo Branco.

·       Amor e Ódio (Rio de Janeiro: FEB, 1956. 553p.) – ditada pelo Espírito Charles, enfoca o drama de um ex-aluno francês do Prof. Rivail (Allan Kardec), o artista Gaston de Saint-Pierre, acusado de um crime que não cometera. Após grandes padecimentos, recebe os esclarecimentos elucidativos por meio de um exemplar de O Livro dos Espíritos, à época em que este foi lançado pelo codificador.

·       A Tragédia de Santa Maria (Rio de Janeiro: FEB, 1957. 267p.) – do Espírito Dr. Bezerra de Menezes, ambientado em uma fazenda de café em Vassouras (RJ), trata da história real de uma rica família escravocrata, sobre cuja uma tragédia se abateu. Mostrando o ontem e o hoje, o romance de Bezerra é destinado sobretudo "a essa juventude tão rica de generosos pendores, tão enamorada de ardentes ideais quanta desordenada e inconsequente em suas diretrizes, e a quem escasseiam exemplos edificantes, lições enaltecedoras".

·       Ressurreição e Vida (Rio de Janeiro: FEB, 1963. 314p.) –  do Espírito Léon Tolstoi, compreende seis contos e dois minirromances ambientados na Rússia dos czares.

·       Nas Voragens do Pecado (Rio de Janeiro: FEB, 1960. 317p.) primeiro volume de uma trilogia atribuído ao espírito Charles, relata a trágica história do massacre dos huguenotes na Noite de São Bartolomeu  (23 de agosto de 1572), durante o que seria uma encarnação anterior da médium, na personalidade de Ruth-Carolina de la Chapelle.

·       O Cavaleiro de Numiers (Rio de Janeiro: FEB, 1974. 216p.) - segundo volume da trilogia, mostra outra encarnação da médium, ainda na França, na personalidade de Berth de Sourmeville.

·       O Drama da Bretanha (Rio de Janeiro: FEB, 1976. 206p.) – terceiro e último volume da trilogia, ilustra como a médium, agora na personalidade Andrea de Guzman, não consegue suportar os embates de sua expiação e se suicida por afogamento no rio Tejo em Portugal.

·       Dramas da Obsessão (Rio de Janeiro: FEB, 1964. 209p.) – atribuído ao espírito Bezerra de Menezes, compreende duas novelas abordando o tema obsessão.

·       Sublimação (Rio de Janeiro: FEB, 1974. 221p.) – apresenta dois contos atribuídos ao espírito Charles (um ambientado na Pérsia e outro na Espanha) e três contos atribuídos ao espírito Leon Tolstoi (ambientados na Rússia).

·       Leila, A Filha de Charles : a obra não é de autoria de Yvonne, e sim de Denise Corrêa de Macedo pelo espírito Arnold de Numiers. Porém o romance retrata a penúltima reencarnação de Yvonne como Leila de Vilares Montalban Guzman, uma jovem espanhola que acabou por suicidar-se no rio Tejo. O Espírito Charles que acompanhou Yvonne seria seu pai quando a mesma era Leila e o espírito Roberto de Canallejas seria seu marido.

Como escritora, publicou muitos artigos em jornais populares, produção atualmente desconhecida, que carece de um trabalho amplo de recuperação. São ainda da autora:

·       A Família Espírita

·       À Luz do Consolador (Rio de Janeiro: FEB, 1997. ) - coletânea de artigos da médium na revista Reformador, originalmente entre a década de 1960 e a de 1980.

·       Cânticos do Coração (Rio de Janeiro: Ed. CELD. 1994. 2 v. 246 p.) - coletânea de artigos publicados no jornal Obreiros do Bem.

·       Contos Amigos

·       Devassando o Invisível (Rio de Janeiro: FEB, 1963. 232p.) – a autora desenvolve uma dezena de estudos sobre temas doutrinários, com base em suas experiências mediúnicas.

·       Evangelho aos Simples

·       O Livro de Eneida

·       Pontos Doutrinários – reúne crônicas publicadas na revista Reformador.

·       Recordações da Mediunidade (Rio de Janeiro: FEB, 1966.) – a autora discorre sobre reminiscências de vidas passadas, arquivos da alma, materializações, premonição e obsessão.

·       A Lei de Deus


VIBRAÇÕES-PAULO OLIVEIRA- 23/12/2020-21:15 - LIVRO: VINHA DE LUZ - 54 - ...

Obediência e resignação

 





    Numa manhã de sábado de dezembro, num telhado próximo, havia dois pombos que estavam pousados, quietamente, recebendo toda aquela chuva que caía torrencialmente. Levantavam levemente as asas, fato que logo concluí como sendo um movimento de proteção contra o aguaceiro. Porém, percebi que estavam, em verdade, aproveitando a chuva e se refrescando, pois era o primeiro dia de verão e a manhã já ia particularmente quente. A velha condição automatizada de tudo julgar fez-me, num primeiro impulso, na busca de um significado para aquela atitude, atribuir àquela cena o que eu certamente faria, e que de fato não era justo e nem verdadeiro para a realidade daquelas simples aves. Imediatamente recordei-me do “Não julgueis”, ensinamento sublime dado por Jesus, para que sejamos mais comedidos em nossas ideias e comentários sobre quaisquer situações com as quais nos defrontemos em nossas vidas, diariamente, das mais complexas às mais simples.

    Ao acompanhar a cena, via-se a atuação de um tipo de inteligência instintiva, ainda rudimentar quando comparada com a inteligência humana, “cujo exercício é mais exclusivamente concentrado sobre os meios de satisfazerem suas necessidades físicas e promoverem à sua conservação[1]. Mesmo diante dessa constatação, a cena descrita sugeria a reflexão sobre como encarar essa atitude natural dos pombos, utilizando-a como elemento de análise comparativa quanto à compreensão humana sobre a Bondade Divina. Aceitar a chuva e aquietar-se diante daquilo sobre o qual nada podiam fazer aqueles pombos despertou a ideia de que estavam dando o seu exemplo de aceitação e resignação à Vontade Divina.

    Jesus, que sempre buscou ensinar de forma simples, com base nas coisas da vida comum, utilizou-se da atitude das aves para enfatizar a necessidade de se ter fé e confiança na Justiça Divina: “Olhai as aves do céu: Não semeiam nem ceifam, nem recolhem nos celeiros e vosso Pai celeste as alimenta. Não valeis muito mais do que elas?” (Mateus, 6:26).

    Com esse ensinamento, quis o Mestre salientar a necessidade de desenvolvermos a certeza de que Deus está no comando de tudo e, através de Suas leis naturais, promove o desenvolvimento e o equilíbrio do Universo. Nada escapa à Sua ciência e vontade: “até os cabelos de vossa cabeça estão todos contados” (Mateus, 10:30).

    Mas, voltando ao simbolismo utilizado por Jesus, representou Ele na atitude das aves do céu a meta que o ser inteligente deve ter para alcançar a sublimação de si mesmo. A atitude confiante e resignada é um sinal de crescimento espiritual, que transparece no comportamento.

    Muita gente, ao ler as palavras do Evangelho, pressupõe humilhação e menosprezo pela condição humana, nas quais, em verdade, existe o estímulo à superação e ao crescimento. Acredita-se submissão e obediência à Vontade Divina tratar-se de um ato de covardia e acomodação.

    O Espírito Lázaro afirma que a obediência e a resignação são “duas virtudes companheiras da doçura, muito ativas, se bem que os homens erradamente as confundam com a negação do sentimento e da vontade. A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração, forças ativas ambas, porquanto carregam o fardo das provações que a revolta insensata deixa cair”. [2]

    Ficamos aqui imaginando o que diríamos dos nossos amiguinhos pombos, se, ao contrário do observado, estivessem no telhado molhados pela chuva, reclamando, revoltando-se e acusando Deus por tê-los esquecido e abandonado. Não pareceria estranho? Será que poderíamos conceber essa atitude partindo de criaturas doces e singelas da natureza? Parece-nos que a resposta seja óbvia: a maioria de nós estaria atônita ao presenciar tal fato.

    E quanto aos seres humanos, a quem Jesus comparou de forma superlativa em relação à vida animal, será aceitável que tenham atitudes de revolta e desespero diante das “chuvas” que invariavelmente cobrem seus corações? Será que temos direitos especiais por sermos filhos de Deus, devendo, portanto, serem todas as nossas vontades e desejos totalmente atendidos?

    O que acontece a uma criança que é sempre atendida em seus reclamos e exigências? Torna-se totalmente egoísta, em nada cedendo por imaginar-se no centro das atenções. Deus quer nosso bem e nos dá a oportunidade de crescermos com equilíbrio. Por essa razão, não nos dá tudo o que queremos e, sim, aquilo de que precisamos; assim como dá, também, a todos os seres da criação. Trata-nos com justiça inquestionável, e mesmo diante de situações em que nos falte o sentido para entender o porquê do mal que nos surge à frente, a confiança nessa Bondade e Justiça Divinas deve senhorear nossos passos e reações, para que não venhamos a perder a oportunidade da exemplificação e da reparação devida, pela rebeldia expressa através de lamentações ou injúrias.

    A Doutrina dos Espíritos mostra-nos que as nossas aflições têm causas anteriores, de vidas passadas ou desta vida atual, criadas por nossa incúria e irresponsabilidade em relação às leis divinas, gerando nossos débitos que necessitam ser reajustados, através da reencarnação. Dá-nos o Pai Criador a oportunidade de recomeçar a experiência em novo corpo, o que nos permite rever caminhos, aprender e crescer para Ele, que nos espera de braços abertos.

    Jesus, o exemplo maior de resignação e submissão à vontade de Deus, está nos amparando com Suas palavras vivas, que pulsam energia nova para nossos Espíritos, e que farão de nós seres mais fortalecidos e confiantes, abrindo-nos o caminho para a redenção. O Seu exemplo ensina-nos que a submissão à vontade do Pai é, no fundo, uma forma de libertação das tendências inferiores que caracterizam o espírito humano. Orgulho, vaidade, egoísmo e tantos outros, somente desaparecerão se o indivíduo começar em si a reforma para o bem, na busca da verdade, mas não aquela verdade sectária e formalista, mas, sim, a verdade que liberta: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João, 8:32).

    Emmanuel, estimado benfeitor espiritual, de forma clara e precisa, fornece os comentários que nos orientam para essa verdade que liberta. Diz ele: “Só existe verdadeira liberdade na submissão ao dever fielmente cumprido”.[3] Mais à frente complementa: “E perceber o sentido da vida é crescer em serviço e burilamento constantes”.

    Que Jesus abençoe e fortaleça nossa disposição para o entendimento e a resignação daquilo que não podemos modificar ainda.

 

 


[1]. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 135. ed. Araras: IDE, 2001, questão 593 (comentários).


[2]. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo, 25. ed. de bolso, Federação Espírita Brasileira, RIO DE JANEIRO/RJ– 2010, cap. IX – item 8 – Obediência e Resignação.


[3]EMMANUEL (Espírito), Fonte Viva, [psicografia de Francisco C. Xavier], 16. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1988. “Ante a luz da Verdade”, cap. 173.

VIBRAÇÕES-PAULO OLIVEIRA- 22/12/2020-21:15 - LIVRO: OPINIÃO ESPÍRITA-cap...

ORAÇÃO A MARIA

 


ORAÇÃO A MARIA

 

Mãe de bendita misericórdia

que a todos em teu amor envolves,

faça com que tua luz, a paz renove

iluminando os mares da discórdia!

 

Mãe terna, gentil, pia e carinhosa

ampara sempre com teu amor bendito

cada coração, que roga aflito,

a suportar prova difícil e tormentosa.

 

Fortalece, Senhora, nossa fé pequena, e anima

da alma humana a caminhada à cima,

em direção das esferas de luz!

 

Oh Mãe! Santa e bela, que para sempre possas

cobrir com teu amor as dores nossas,

nos conduzindo ao Mestre Jesus!


Um amigo espiritual

 Santos, 16/01/2016

Médium: Paulo Oliveira

Eis aqui a serva do Senhor!

 

“Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra.”

 (Lucas, 1:38)

 

Convidamos o leitor amigo a fazer uma viagem. Vamos retornar no tempo. Estamos indo em direção a Nazaré, um pequeno povoado na região da Galileia, onde, em uma casa humilde, está uma jovem de nome Maria, ocupada com seus afazeres domésticos, ajudando sua mãe Anna.

Aproxima-se o crepúsculo com suas aragens típicas daquele período do ano, e tocado por especial brilho, naquela tarde longínqua e especial, transmite paz ao coração daquela jovem. Absorta ela canta, em seu espírito, louvores ao Criador da vida, em agradecimento por ter uma família que a ama ternamente, bem como pela felicidade de existir. Seu coração transborda raios de luz safirina, transmutando o ambiente com suas vibrações harmoniosas.

Parecia que em seu íntimo pressentia que não estava só. Percebia em sua alma sensível que aquele momento era especial e único, tornando-se mais alegre e esfuziante. Não havia razão aparente para aqueles sentimentos que partiam de seu coração iluminado e doce.

Continuava sua oração silenciosa, e quando suas preces ao Senhor da vida atingiram patamares de pureza incomparável, com tal profundidade de sentimento, tocando-lhe todas as fibras da alma, fazendo-as vibrar em uníssono como o Universo, ela sente que se aproxima uma luz, embora pequena, extremamente alva e brilhante. Para por um instante e põe-se a observar o que se passava e a interrogar sobre o que seria aquilo. No entanto, segura da sua conexão com o Criador, presta mais atenção ao fenômeno que ocorria diante de seus olhos.

Repentinamente, aquela pequenina luz se agiganta e inunda aquele ambiente simples, que se transformara, num átimo, em um castelo luminescente de tom esmeraldino com pontos de luzes douradas que circulavam em todas as direções, retornando àquela figura que se postava diante dela naquele instante.

O coração de Maria tornou-se um tanto apreensivo, e obedecendo automaticamente ao impulso de buscar sua mãe, percebeu que não conseguia movimentar-se. Estava como que paralisada, envolvida pelos eflúvios daquele que a visitava. Sua voz começava a perder-se na garganta, e a emoção tomando-lhe integralmente, exteriorizava-se naturalmente em pequenas lágrimas simples e puras, a cair de seus olhos amendoados e brilhantes, como se fossem pequenos diamantes a rolar-lhe pela face.

Nesse misto de alegria, júbilo e inquietação, por não saber exatamente o que se passava naquele ambiente, prostra-se de olhos voltados para o chão, ela pensa:

- Meu Deus, auxilia-me neste momento!

Nesse exato instante, contudo, ela escuta a voz doce e suave, do divino emissário a dizer-lhe:

“Nada temas, Maria! Encontraste graça junto de Deus. Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”[1]

Aquela voz imensa e, no entanto singela, tocava-lhe não só os ouvidos, mas toda a sua alma, envolvendo-a em vibrações do mais puro amor, e diante de tal sentimento que lhe invadia inteiramente, ousou dirigir seu olhar para aquela figura de luz, que a fitava com inexcedível carinho e respeito.

Sorriso largo, mostrava-se, o enviado divino, aos olhos de Maria, como uma estrela que caíra do céu e que assumira a forma humana, sem perder, porém, seu maravilhoso brilho.

Maria, um tanto aturdida com o acontecimento, não conseguia atinar com o porquê de tal saudação. Do que falava o emissário celestial? Seus pensamentos procuravam incessantemente o significado de tais palavras, quando seu visitante iluminado voltou a falar:

“- Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho, e o chamarás com o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado filho do altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará na casa de Jacó para sempre, e o seu reinado não terá fim.”[2]

Diante de tais palavras, seu coraçãozinho acelerou-se e com o semblante a suplicar esclarecimentos maiores, necessários ao seu entendimento humano, começou a questionar-se mesmo sem emitir uma só palavra, pois aquele a quem via diante de si, como um sol a espraiar seus raios em todas a direções, merecia-lhe respeito e acatamento, no entanto, as notícias que lhe trazia eram preocupantes. Como poderia ela conceber um filho se ainda encontrava-se em período pré-matrimonial, tendo somente formalizado um compromisso com José, seu noivo.

O ingente anjo percebendo seus pensamentos e dúvidas esclarece que Deus tem os seus planos devidamente traçados, e que tudo ocorrerá conforme seus desígnios. Explica-lhe quão grande é a sua missão e que ela teria por responsabilidade orientar os passos do Messias, até que pudesse ele próprio conduzir toda a humanidade através das veredas da luz, da verdade e do amor. Reafirma que Deus está com ela, e que ela não duvidasse e seguisse em frente confiante, demonstrando toda a fé naquele que é o nosso Criador.

Nessa troca de energias etéreas, Maria acalma-se mesmo diante de uma das mais difíceis e importantes missões que já se teve notícia: ser a mãe do Mestre de todos nós!

Enternecida e reconhecida por ter sido escolhida como instrumento da vontade de Deus, Maria, com toda a sua alma voltada para o Altíssimo, dirige ao querido amigo espiritual, que se incumbira da missão de trazer o anúncio da vinda do Messias, a demonstração de sua total submissão e aceitação da missão que lhe estava sendo confiada, e com toda a coragem e pureza do seu coração, afirma:

“Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!”

Essa cena tantas vezes descrita, de formas tão diversas, é uma das mais belas dos registros evangélicos, pois nos traz o momento exato em que se anuncia a vinda do Messias, que nos traria as lições de libertação pela prática do amor.

Que possamos sempre ter viva essa mensagem em nossos corações, e que ela possa nos inspirar a também perceber que Jesus é anunciado a todo momento, em todas as situações, ensinando-nos sempre que somos filhos do Deus altíssimo que nos quer felizes por toda a eternidade, e que, juntamente com Maria de Nazaré, possamos dizer do fundo de nossos corações, em todos os momentos de nossa vida:

“Eis aqui a serva do Senhor! Cumpra-se em mim segundo a tua palavra.”


Paulo Oliveira
psdo@otulook.com



[1] Lucas, 1:28 e 30

[2] Lucas, 1:31-33

As mais lidas...